sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

À MARGEM DO OLHAR



À MARGEM DO OLHAR
 
Meu grande amigo e confrade João Ramid, que possui um dos maiores acervos fotográficos da Amazônia, inaugurou outra mostra fotográfica com uma proposta diferente, aonde a arte surge como caminho em seu trabalho em busca da informação visual. A expo "À Margem do Olhar" conta com a curadoria do Paulo Chaves, arquiteto que teve a coragem de mudar ainda mais e para melhor a imagem de Belém-PA, e mais do que isso, ampliou muito a alto estima de um povo. Paulo hoje está como Secretario de Cultura do Estado do Pará. Ramid pretende que esta fenomenal mostra circule pelo Brasil, já com proposta de ser exibida em Macapá e na Europa. A associação Brasileira de Jornalistas de Turismo - ABRAJET-PA é a maior patrocinadora e apoiadora dessa empreitada que pretende mostrar algo do artista mas principalmente as coisas boas que atraiam olhares para o potencial turístico de nosso Estado e país. A expo acontece na galeria Fidanza, no museu da arte sacra, com vernissagem as 20hs. mais informações: www.joaoramid.com.br  - www.amazonimagebank.com.
 
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Segundo o Secretário Paulo Chaves Fernandes: "O rigor do fotógrafo documental e publicitário, dá lugar a uma outra imagem do olhar, onde a emoção faz morada.  Livre, ele alça voos (literalmente em algumas tomadas desta coleção), sem o obrigatório compromisso de tema ou de unidade visual. São paisagens que fecundam a alma num arco-íris de reflexões e sentimentos embaralhados; ora instantâneos daquele momento único que o olhar treinado sabe identificar (é o caso do lírico e, ao mesmo tempo, trágico registro das índias que nos induzem a pensar num tempo prestes a se acabar); ora são rastros, mais ou menos sutis, da ação antrópica sobre a natureza (como, por exemplo, a tenda escaravelho que parece se deslocar, ameaçadoramente, sobre o areal). Em outros momentos, a natureza responde, simbolicamente, às violações e dá o seu grito de alerta (os pássaros Hitchcockianos, tendo o farol de Salinas como testemunho, ou as águas aterradoras sobre as pousadas de Ajuruteua). Há, intercaladas às fotos espontâneas, outras imagens cenograficamente produzidas com a intenção de estabelecer a sinergia entre o homem e o ambiente, sinalizando como possível a convivência sem devastar (conceito poeticamente expresso na mulher borboleta, construída com pele, areia, músculos e água, ou mesmo com a menina do manguezal ou a que floresce os lábios na pedra). Ou seja, é um outro João a expressar as paixões mais recônditas que o dia a dia do fotógrafo, tão requisitado, não permite mostrar. Talvez, ele próprio tenha se retratado na índia sob a veladura diáfana do mistério, a qual vai coletando, pachorrentamente dias a fio, artefatos e afetos, deste e de outros tempos imemoriais, para serem revelados, se tudo estiver um dia perdido, como sementes de um novo amanhecer."